Alex e seus druguies estão no auge de sua adolescência, e
sua diversão, é sair pela noite abusando violentamente de idosos, mulheres e
crianças. Eles chamam esta diversão subversiva de ultraviolência, e essas ações
hediondas parecem ser a única coisa que os satisfaz.
Alex, encontra um prazer fora do normal espancando,
estuprando e roubando, mas sua alma também tem descanso quando escuta música
clássica. As experiências pessoais dele com a música de Beethoven e Mozart e se
igualam às experiências de ultraviolência na rua, às vezes ele se utiliza da
música para despertar suas emoções, seu desejo de machucar as pessoas, como
numa cena em que ele está com duas “garotas” de no máximo 10 anos em seu quarto
e abusa sexualmente delas ao som de Beethoven.
Tudo parecia normal na rotina de Alex até que um dia, ao
invadir a casa de uma velha senhora, ele exagera no espancamento e acaba por
matar a velhinha. Quando tentou fugir, foi traído por seus druguies, deixado à
própria sorte, ferido e desnorteado.
Ele foi capturado e preso, mandado direto pro inferno, e a
única oportunidade que ele enxergou para sair dali foi participar de um
programa do governo, que visava “condicionar” as pessoas com o temperamento de
Alex a serem boas e praticarem somente o bem.
Logo no começo do livro vemos cenas fortes de espancamento e
estupro, tudo é muito intenso e perturbador, e o que ajuda o leitor a lidar com
essas experiências é a gíria utilizada na escrita na história. A impressão que
eu tive foi que, ao ler as descrições feitas pelo autor utilizando essas
palavras desconhecidas, que substituíam as mais fortes da cena, tudo foi mais
amenizado, compreender algumas coisas no contexto foi mais tranqüilizador do
que ler tudo na íntegra, no bom e velho português.
O livro é chocante e intenso, não só pela violência física
nas ações do personagem principal, nosso Humilde Narrador, mas também pela
violência imposta ao seu ser, sua alma, que sentimos quebrar quando ela foi moldada
pelo tal benéfico programa governo e ele deixou de ser quem ele era pra se
transformar numa marionete.
Gostei muito da história e fiquei me perguntando o porquê de
eu ter demorado tanto pra ler este livro, que se mantém tão atual em suas críticas
mesmo tendo sido escrito há muitos anos atrás.
O começo pode ser um pouco cansativo, porque você tem que
ficar olhando o glossário para saber o significado das gírias que foram usadas,
mas depois que você começa a reconhecer as expressões, a leitura fica bem mais
fácil, e você acaba incorporando mentalmente muitas delas no seu dia a dia até
mesmo depois de ter terminado o livro.
Realmente uma história muito Horrorshow! Agora vou atrás do
filme ;)
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