Um dia, quando estava passando pelas livrarias que costumo
frequentar no Tatuapé, me prendi na capa deste livro. Achei ela linda e
delicada, e quando li a sinopse dele, percebi que seria uma leitura obrigatória
pra mim.
O livro de Julieta conta a história real da autora Cristina,
que descobriu que sua filha recém-nascida nasceu com síndrome de Down.
Como já podemos imaginar, a partir do momento que Julieta
nasceu, Cristina teve que lidar com muitas situações inusitadas e com vários
sentimentos conflitantes, mas o sentimento mais presente neste livro é a raiva.
Pelo menos foi isso que eu senti durante a leitura.
Cristina me pareceu estar magoada o tempo inteiro por sua
filha ser deficiente, o que é totalmente normal, devido à dificuldade da
situação, mas senti também que ela tinha raiva de todos, desde o taxista que
ficou prestando atenção em Julieta e tentando puxar assunto, até ao Padre que
reclamou com ela por ter demorado pra levar a menina pra ser batizada.
Trabalho de mãe é exaustivo e não acaba nunca, no caso de
Cristina, que é mãe de quatro filhos, esse trabalho não tem fim, e senti por
ela ter passado tanto tempo triste e com raiva do mundo.
Essa leitura foi enriquecedora porque pude saber mais sobre
essa síndrome e como ela abala as pessoas que tem de conviver com ela. Foi
interessante saber sobre o desenvolvimento das crianças com Down, sobre a
sensibilidade delas pra música, sobre o relacionamento com os irmãos e sobre
como eles não conseguem guardar rancor de ninguém.
É um livro triste e ao mesmo tempo lindo, porque por mais
que a situação da menina Julieta seja bem complicada de lidar pras pessoas que
a amam, não há como não se apaixonar por essa garotinha que adora usar luvas
nas mãos e ama imitar as pessoas.
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